Os amigos...

Hoje após ler um artigo em que falava de amizades, despertou-me a vontade de falar sobre o assunto. Dou por mim a pensar, inúmeras vezes, que já perdoei coisas que sei que essas pessoas já mais me perdoariam a mim, e vivo assim, feliz e parva, dando meu amor incondicional, é certo, que cada vez que penso nisto, fico triste e revoltada com essas pessoas, pois são mágoas e feridas que apesar de atenuadas irão permanecer para sempre.

Segundo Pascal:

"Sustento como um facto que se todos os homens soubessem o que os outros dizem deles, não haveria mais do que quatro amigos no mundo. "

...já o Pierre-Jean de Béranger diz que

"Os nossos amigos são o inimigo."

Arrepiam as frases não é???

É verdade que as traições e os falsos amigos existem, obviamente. Mas isto nem se põe em causa. Temos é que reconhecer igualmente que existem várias razões que podem diminuir, ou mesmo acabar uma amizade sem que existam propriamente traições.

Com o passar dos tempos, mudamos as nossas ideias, os nossos gostos, os nossos hábitos até os nossos interesses tendem a mudar, logo há tendência para que muitas amizades se percam.

"Ele não ama mais a pessoa que amou há dez anos atrás.

Acredito piamente nisso.

Ela não é a mesma, e tão pouco ele o é.

Ele era jovem, e ela também. (…)

Talvez ele ainda a pudesse amar,

se ela fosse como antes."

Palavras sobre o amor que acho que se encaixam que nem uma luva à amizade.

Há também um aspecto fatal que nos assusta, mas que é a mais pura das realidades, não podemos querer ter muitos amigos verdadeiros, porque isso é impossível, para ligarmos a uns temos que nos "esquecer" um pouco de outros, se é que me faço entender.


Não podemos multiplicar as nossas amizades. O tempo de que dispomos é escasso para alimentar muitas amizades. O que dedicamos a uns, falta aos outros, inviabiliza-os.

"No fim, recordarás não as palavras dos teus inimigos, mas o silêncio dos teus amigos."
Martin Luther King